Teresina incendeia em cultura. Entre os dias 23 e 30 de Agosto acontece o II FestLuso - Festival de Teatro Lusófono. O projeto visa o intercâmbio através do teatro que utiliza a língua portuguesa, em países como o Brasil, Angola, Portugal, Cabo Verde e Moçambique, aproximando a cultura existente entre eles.
Hoje Teresina acorda mais radiante, o sol bate nas janelas dessa cidade com seu brilho mais intenso, comemorando seus 157 Anos. Nossa querida e bela Teresina, não mais menina. Durante toda a semana esteve em festa. Foram diversos os eventos que vieram enriquecer a semana do aniversário de nossa querida cidade.A Feira dos Municípios com mais de 400 estandes que mostram um pouco da cultura piauiense, entre artesanato, comidas típicas e apresentação de shows. O evento já tem sua marca registrada no calendário teresinense e é de inteira importância, onde os municipios piauienses tem a oportunidade de expor seus produtos regionais, que são a marca chave da economia piauiense. No espaço Noé Mendes tivemos mais uma edição do Teresina POP, festival já consagrado por nossa querida Teresina, com a apresentação de bandas regionais, foram três dias de shows em que pudemos prestigiar a cultura musical regionalista aqui existente. Validuaté, Karranka, Ostiga, Narguilê Hidromecânico, Batuque Elétrico, Retalhador, Gramophone, Roraima, Fullreggae, Anno Zero, Eucapiau, Edvaldo Nascimento, Zona de Atrito, Dark Season, Eita Piula, Aclive, Roque Moreira e Teófilo foram as bandas que se apresentaram no festival. É Teresina mostrando o que tem de melhor em cultura regional.
Eu sou como eu sou pronome pessoal intransferível do homem que iniciei na medida do impossível
Eu sou como eu sou agora sem grandes segredos dantes sem novos secretos dentes nesta hora
Eu sou como eu sou presente desferrolhado indecente feito um pedaço de mim
Eu sou como eu sou vidente e vivo tranquilamente todas as horas do fim. __________________________________________
A RUA
Toda rua tem seu curso Tem seu leito de água clara Por onde passa a memória Lembrando histórias de um tempo Que não acaba
De uma rua, de uma rua Eu lembro agora Que o tempo, ninguém mais Ninguém mais canta Muito embora de cirandas (Oi, de cirandas) E de meninos correndo Atrás de bandas
Atrás de bandas que passavam Como o rio Parnaíba O rio manso Passava no fim da rua E molhava seus lajedos Onde a noite refletia O brilho manso O tempo claro da lua
Ê, São João, ê, Pacatuba Ê, rua do Barrocão Ê, Parnaíba passando Separando a minha rua Das outras, do Maranhão
De longe pensando nela Meu coração de menino Bate forte como um sino Que anuncia procissão
Ê, minha rua, meu povo Ê, gente que mal nasceu Das Dores, que morreu cedo Luzia, que se perdeu Macapreto, Zé Velhinho Esse menino crescido Que tem o peito ferido Anda vivo, não morreu
Ê, Pacatuba Meu tempo de brincar já foi-se embora Ê, Parnaíba Passando pela rua até agora Agora por aqui estou com vontade E eu volto pra matar esta saudade
Ê, São João, ê, Pacatuba Ê, rua do Barrocão ______________________________________________
UM CIDADÃO COMUM
Sempre subindo a ladeira do nada, Topar em pedras que nada revelam. Levar às costas o fardo do ser E ter certeza que não vai ser pago.
Sentir prazeres, dores, sentir medo, Nada entender, querer saber tudo. Cantar com voz bonita prá cachorro, Não ver "PERIGO" e afundar no caos.
Fumar, beber, amar, dormir sem sono, Observar as horas impiedosas Que passam carregando um bom pedaço da vida, sem dar satisfações.
Amar o amargo e sonhar com doçuras Saber que retornar não é possível Sentir que um dia vai sentir saudades Da ladeira, do fardo, das pedradas.
Por fim, de um só salto, Transpor de vez o paredão.
Durante toda a semana, visitantes de todas as faixas etárias foram a praça Pedro II, prestigiar o VII SALIPI - 2009 - Ano AlvinaGameiro. O Salão do Livro do Piauí teve uma programação diária de palestras com renomes nacionais e internacionais, apresentação de grupos culturais de dança, exposição de fotografias, mostras de cinema, shows de bandas regionais. Esse ano em especial, com um espaço aberto para crianças que puderam participar das oficinas de desenhos, pinturas e cartum.
Em sua 7ª edição veio engrandecer nossa querida P.II. com a feira de livros aproximando o leitor à literatura piauiense ali oferecida. Grandes nomes como Assis Brasil, H. Dobal, O. G. Rego de Carvalho, Mário Faustino, Da Costa e Silva, Torquato Neto e nossa querida homenageadaAlvinaGameiro, estiveram presentes, através de suas obras. Em um espírito apaixonado pela literatura piauiense, não poderíamos deixar de prestigiar o maior evento de livros do Piauí.
AlvinaGameiro que estava há abrilhantar o sétimo ano de SALIPI, nos aproximando de nosso querido sertão, com o Curral de Serras, inspirado em Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa, como também através de Chico Vaqueiro do Meu Piauí, onde a autora faz uma melódica apresentação de nosso querido Piauí, com os versos que vem encher o peito de qualquer piauiense, inspirado pelo olhar daquele que está presente em viva natureza, o próprio vaqueiro. Para que você não fique com água na boca deixo um trecho da obra, aprecie.
CHICO VAQUEIRO DO MEU PIAUÍ
Fortaleza: Editora Henriqueta Galeno, 1971
VI
O Vaqueiro de pé, tem ares de um vigia,
erguido no terreiro, amarrado à magia,
de um sonho fascinante, eivado de poesia...
Em palor o clarão da tarde se resume;
já começa a dançar no espaço o vaga-lume;
as estrelas no céu acenderam seu lume
até que o dia surja entre os braços da aurora.
Diáfana beleza empolga o campo a fora
e o concerto do vento está parando agora.
A noite vai tomando o coração da mata;
a gentil açucena em néctar se desata.
Apenas, no silêncio, há notas de sonata,
que os sapos, em mil sons, rouquejam sem parar,
pois têm cada vivente em meio de saudar,
mostrando aos corações um jeito de agradar...
O esplendor do luar, que mais e mais fulgura,
de prata banha inteira a máscula figura,
tão imóvel que até nos lembra uma escultura
de guerreiro lendário ou místico profeta...
É que o Vaqueiro escuta em meio à noite quieta,
sua alma que se dá a cantares de poeta...
Tem BA boca apagado o coto do cigarro;
ouve atento o cri-cri desse grilo bizarro,
cantador do gramado ou da frincha de barro,
e lhe vem à cabeça a existência suprema
de um Deus que fez o amor, que da vida é o emblema,
O sintonia é o blog que vai deixar você antenado com as mais diversas atividades culturais que acontece em nossa querida Teresina, assim como também com as atualidades do Brasil e do mundo. Fique a vontade para se informar e entreter-se com as mais variadas formas culturais, deixe seu recado e sua opinião, expresse-se. Sintonize-se com o mundo cultural aqui existente. Entre e fique a vontade.